terça-feira, 30 de janeiro de 2018

DAS SECAS EM NÓS

Os rios cheios
A ingazeira transborda
E as ruas sangram

É a vida que se vai e escorre
Lentamente em vários cantos da cidade
Pelos canos quebrados
Nas vidas não vividas em fábricas e mercados
No  copo do viciado mais tarde em uma sarjeta largado
Na casa que falta o pão
No jovem morto estendido no cão

A chuva vem 
Os rios enchem
A barragem transborda
Mas a cidade sangra

A chuva vem, mas a seca está em nós.

Pedro Henrique Torquato


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